PLANO G: Rock’N’Fire!

O PLANO G surgiu na madrugada insana e não dormida de sexta para sábado. E ele surgiu do nada absoluto. Não havia uma estrutura. Não havia sequer algo parecido.

Não havia ninguém. Só um grito e um eco (eco, eco). Não havia transporte. Divulgação? Tsc. Mão de obra? Transporte? Nada. Nada. Mas eis que do barro surgiram três cubos. E uma bateria. E fantasticamente surgiram três caixas angelicais. A primeira emitia sons graves e era chamada Caixa de Graves. A Segunda emitia sons médio-graves e chamava-se Caixa de Médios graves. A terceira emitia sons Agudos. Mas elas não poderiam se mover sozinhas para a Terra Prometida, chamada pelos herdeiros de Parque de Exposições.

E eis que do céu desceu uma carruagem de fogo. Mas ela não veio gratuitamente, milagrosamente, como um deus ex machina. Ela veio graças ao clamor e às preces daqueles que dela dependiam. E a carruagem de fogo arrebatou as caixas para a Terra Prometida.

E então, surgiram dos quatro cantos de São Sebastião os herdeiros da terra prometida, e eles resolveram tomar posse da sua terra. Todos foram convocados pelo Espírito Santo (Jim? Jimi?), e mesmo que involutariamente, foram tocados por aquele espírito e tomaram suas funções para si. E montaram o altar. Carregaram os tijolos. Escolheram a vítima e estava quase tudo pronto para o holocausto.

Então uma grande videira que havia ali inflamou-se, e suas labaredas podiam ser vistas desde o Morro Azul. O Fogo do rock’n’roll estava aceso.

A celebração teria início. E os gideões vieram e passaram o som e se reuniram. E atraídos pelas chamas, as massas populares vieram em enxames trajados de preto para a terra prometida, onde trombetas distorcidas e harpas envenenadas cantavam seu louvor.

Que não deviria existir. O rock, e a cultura independente de maneira geral, tem esse paradoxo. O melhor plano, o mais bem feito, nunca chegou a existir. E o plano que surgiu do nada se transformou numa bela labareda.

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